Educação - Crianças, Robôs e Pais abobalhados

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Olá Senhores, Senhoras e Senhoritas!!!



   Vamos ao que provavelmente será o ultimo post de um ano de pouquíssima produção nesse blog (desculpem!). E para você que, como eu, é pai de uma linda menininha de quatro anos, é tempo de lidar com rematrículas, material escolar e as contas do próximo ano letivo de sua pequena princesa.
   Tudo bem, tudo legal, mas e daí? E daí que nesse ano fui surpreendido com a inacreditável notícia que minha pequena teria aulas de robótica! 
   Robótica?? Para crianças de 4 anos??? Como assim???

LEGO Education ou, como um brinquedo pode ser tão sério

   A escola de minha filha fechou uma parceria com uma empresa chamada Zoom, uma distribuidora exclusiva da Lego Education no Brasil.
   A Lego Education é uma empresa da Lego voltada para a divulgação de um sistema de educação que promove o aprendizado através de experiências práticas e projetos de "final aberto", ou seja, sem uma solução unica. Usando os famosos tijolinhos e mais alguns componentes extras 
fornecidos pela Lego como um micro controlador, correias, rodas, etc... o sistema possui toda uma base teórica retirada de pesquisas com profissionais e PHDs da área para desenvolver a criatividade, colaboração e socialização, liderança e outras boas habilidades em crianças a partir dos 4 anos.

  Nem preciso falar que o pai se empolgou mais que a filha, mas tirando a empolgação é bom deixar algumas coisas bem claras. 

1 -  Minha filha não aprenderá a ser o Dexter:

  Apesar do frisson que a palavra robótica causa em pais ansiosos e os impressionantes robozinhos da Lego, o próprio sistema da Lego Education não tem seu foco na criação de robôs e sim na resolução de problemas e nas habilidades que citei anteriormente. A programação dos "blocos inteligentes" fica para as crianças mais velhas. Para os pequenininhos as tarefas são voltadas a construção e desenvolvimento de trabalho em equipe


2 - Definitivamente não é um "sistema aberto"

  Uma das primeiras coisas que imaginei ao saber sobre as aulas de robótica foi: "Bem que eu podia comprar um desses kits e me divertir..ops..quer dizer.. ajudar minha filhas nos estudos não é?" Pois é, mas a brincadeira é menos acessível que imaginei. Talvez seja culpa dos impostos, ou do baixo giro desses materiais, mas seja o que for definitivamente o Lego Mindstorm não é um brinquedo barato. Um kit não sai por menos de R$ 2.000,00, e a Lego Education não publica suas apostilas ou instruções do método. A razão óbvia é que no final se trata de um negócio com franquias e distribuidores portanto o que eles vendem é justamente esse know how que eu esperava ver publicado.

    Não quero entrar no mérito desse modelo comercial, mas não tenho dúvida que se a Lego seguisse a mesma tendência que os grandes produtores de software estão seguindo (maior abertura e fomento a comunidade) a Lego Education teria uma legião de seguidores.   

   

Arduíno ou, uma saída para pais mais pobrezinhos

    Após me deparar com essa barreira e chorar um pouco nas redes sociais, meu amigo de assuntos tech o Brandão me lembrou do Arduíno.

   
O Arduíno é uma plataforma computacional open-source voltada para designers, entusiastas e outros malucos desenvolverem dispositivos eletrônicos como robôs, ou em bom português, o Arduíno é uma plaquinha com um microcontrolador espetado onde sensores e outros dispositivos podem ser conectados facilmente e um software "easy-to-use" para realizar a programação desses novo dispositivo.

    A vantagem de ser uma plataforma open-source é o baixo preço de aquisição (um kit iniciante sai por cerca de R$ 145,00) e um volume considerável de conteúdo gratuito disponível na web para seu desenvolvimento.

   O ponto baixo é justamente o fato do open source. Por ser tratar de uma plataforma open source e não de um produto pronto, o Arduíno te exigirá um pouco de estudo e dedicação, além de uma maior familiaridade com soldas e eletrônica antes de ser dominado. Nada que um entusiasta, designer,outro maluco ou pai ansioso não ache desafiador e muito divertido, além do que você encontrará um grande suporte na comunidade envolvida com Arduíno.

   Para te dar um exemplo do que Arduíno e educação podem ser fazer juntos, por favor, dê uma olhada nesses vídeo (ignore o inglês difícil)
  

   Caso você não tenha pescado nada, o vídeo acima se refere a um projeto independente que quer ensinar conceitos de programação para crianças de 4 a 7 anos. Demais não é?

   De maneira que, depois que eu assisti esse vídeo resolvi escrever esse post, prepar minha maleta de ferramentas e iniciar uma jornada por esse mundo de robôs e técnicas para crianças. As novidades eu reportarei por aqui. Se você gostou desse post ou quer trocar umas figurinhas me siga no twitter (@felipe_store) ou me escreva no fjantunes@gmail.com

Um grande abraço,

Felipe Antunes
 


Big Data - O que é? De onde vem? O que come?

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História Real publicada na revista Forbes americana em 16/02/2012 

     No estado de Mineapolis, Estados Unidos, um homem furioso entra em uma loja da Target (uma rede varejista americana) e pede para falar com o gerente!

     "Minha filha recebeu isso por correio, diz ele, ela ainda está no colégio e vocês estão enviando a ela cupons de roupas de bebês e berços! Vocês estão querendo  incentivá-la a engravidar?"

      O gerente não faz idéia sobre o que o homem está falando. Ele checa o remetente, a carta está claramente direcionada a filha do homem e contém propagandas sobre produtos para maternidade e fotos de bebês felizes. O gerente se desculpa, diz que vai verificar o caso e liga para o homem alguns dias depois para se desculpar novamente.

      No telefone o homem parece estar envergonhado. "Eu conversei com minha filha. Aparentemente ocorreram algumas atividades em minha casa que eu não estava plenamente ciente. Ela dará a luz em Agosto. Eu devo desculpas a você."
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Olá Senhores, Senhoras e Senhoritas!!!


    O "culpado" da situação contrangedora acima foi Big Data! A essa altura do campeonato você provavelmente já deve ouvido falar de Big Data, o termo está ganhando tanta divulgação que até o Gilberto Dimenstein (um cara não técnico) já o mencionou em sua coluna de cultura na rádio CBN.
  Mesmo com tanta divulgação (e talvez por causa disso) existe uma certa dificuldade em definir/explicar o que esse termo significa. E depois de ler muitos posts e artigos acho que já está na hora de eu dar minha opinião.


WTF is BigData?


A primeira coisa que devemos saber sobre Big Data é que ela é uma buzzword. Uma buzzword é um termo ou expressão de impacto, ótima para vendedores/marketeiros e de certa forma uma mania no mundo de TI (lembra do quanto falavam de SOA? E como agora todo mundo vende Cloud Computing?).

Como está na moda, todos os fornecedores de software já incorporaram a expressão em seus materiais de marketing e todos prometem acesso as maravilhas de Big Data  e milhões em ganhos!




Leitor Apressado:- Mas peraí DBA, quer dizer então que é só propaganda? 
DBA: - Negativo, Leitor apressado, o problema é que com tanta informação transbordando a explicação fica mais difícil. Então vamos começar descascando essa cebola até chegarmos ao que Big Data é em sua essência.


Big Data ≠ Dados grandes!



    Uma forma comum que muitos usam para iniciar suas explanações sobre Big Data é apresentar dados impressionantes sobre o crescimento mundial na geração de dados (na ordem de petabytes). Isso somado  a tradução literal do termo acaba levando algumas pessoas a conclusão de que Big Data se refere apenas a lidar com volumes muito grandes de informações.

    É fato que com o advento das redes sociais (facebook, twitter, etc...) e portais de user-content (como o youtube e a wikipedia) que jogam gigabytes e gigabytes de dados na rede todos os dias, os engenheiros desses sistemas quebram a cabeça criando formas de manter a qualidade e velocidade desses serviços, mas o tamanho da informação não é a Big Data em si e sim apenas a matéria prima.    


Os três V's de .... big data???


    A forma mais comum hoje de explicar Big Data são os famosos três Vs (Volume, Variedade, Velocidade). Nesses definição Big Data são técnicas e ferramentas para tratar com:

    - Muito Volume ,ou seja, o tamanho dos dados.

    - Grande Variedade, isto é, o uso de múltiplos formatos de informação (videos, textos, documentos, imagens, xmls, jsons, logs e o que mais for possível imaginar) 

    - E Velocidade alucinante com que tudo isso é gerado nos tempos atuais.  

    Qualquer coisa que consiga juntar esses três itens e devolver valor ao negócio (de preferência em tempo real) seria Big Data.

    É uma definição razoável, no entanto, ela tem um pecado. Ela dá um papel secundário (na realidade, literalmente deixa de fora) o V mais importante. O V de Valor ao negócio)

    Se pensarmos apenas nos três Vs estamos nos limitando ao departamento de TI e a problemas que, na verdade, são variações em escala dos problemas que já lidamos no dia a dia. 
  
    Mas se prestarmos atenção no Valor, ai sim conseguiremos entender o que se ganha com Big Data e o que ocorreu com o pobre homem do começo desse Post.

       

Correlação, ou como saber quem você é, olhando quem é parecido com você.




Mafalda descobre Big Data
    Cada vez que um consumidor compra algo na Target, um "guest id" é relacionado ao cartão de crédito, nome ou email do cliente. Isso permitiu que a empresa construísse um grande banco de dados com histórico de compras de todos os clientes da rede. 
    
    Os estatísticos da Target, analisaram os dados de todas as mulheres cadastradas na Target como grávidas e descobriram alguns padrões de consumo.

    Procurando esses mesmos padrões de consumo em outras clientes a Target criou um Score de Gravidez e passou a encaminhar propagandas direcionadas as clientes com maiores scores.

    O score chegou a tal nivel de precisão que se tornou possivel até mesmo saber em qual fase da gravidez a provável mamãe está e a uma provável data de nascimento.

    E a garota do caso tinha um score alto.

    Se analisarmos isso somente pelo prisma do três V´s diriamos que o Volume e a Velocidade estão presentes (dados de historico de todos os clientes em mais de 1800 lojas + vendas online) mas não é um caso de Variedade pois são dados estruturados do próprio sistema da empresa. O que realmente caracteriza esse caso como Big Data é o Valor que ele agregou ao negócio. E mais tecnicamente, a Correlação.

    Em termos bem simples, Correlação é uma técnica matemática que nos permite através de uma variável X mensurável, prever o comportamento de uma variável Y  descobrindo se as duas possuem uma correlação (se uma aumenta, a outra aumenta também, e se uma diminui a outra segue o mesmo comportamento).
    
     A correlação em si também não é novidade (foi inicialmente aplicada por Karl Pearson em problemas da biologia no século 19!!). Então, caros, qual é a diferença fundamental para os dias de hoje?  




Big Data = Todos os Dados!



    Por limitações físicas, a estatística sempre se baseou no estudo de uma amostra para tentar determinar (e prever) o comportamento do todo (população). Em tempos anteriores, dificilmente um estatístico tinha acesso a dados de toda a população que ele gostaria de estudar. Então, para obter a informação desejada, recorria a pesquisas de mercado ou amostras menores de dados e aplicava diversas técnicas estatísticas para identificar e eliminar vieses ou amostras pouco representativas.

    O estudo de amostra também limita o estatístico a generalizar sobre a população, ter uma ideia geral do comportamento dela, o que invariavelmente impossibilita a obtenção de informação sobre grupos mais específicos (exemplo, o comportamento de compra de mulheres grávidas que darão a luz em Agosto) pois eles provavelmente não estão "significativamente" representados na amostra.

    A quebra de paradigma do Big Data está justamente no tamanho da amostra. Com muitos dados sendo gerados sobre as atividades e recursos de hardware baratos para processa-los, podemos ter como amostra uma população toda!

    E através disso, além de prever padrões de comportamento geral podemos identificar pequenos nichos ou grupos específicos e criar ações que tirem proveito desse conhecimento. Muito mais informação.

    Meio assustador não? 



Espero que tenha gostado desse artigo, e se gostou, compartilhe!
Também deixe seu comentário com duvidas e sugestões!

Abraços e até a próxima!

Felipe Antunes */


Cloud e Comunidade - Azure Summit BR 2013


/* Olá Senhores, Senhoras e Senhoritas! To de volta!


Após longa temporada fora devido compromissos profissionais, o E Agora DBA? está de volta!

      Quem já tem acompanhando esse blog sabe que o foco tem mudado aos poucos, no começo era somente SQL Server, depois passamos para bancos de dados em geral e até arranhamos um pouco de Nuvem. Eu credito isso a uma natural evolução das coisas (tanto minha profissionalmente, quanto no próprio mundo da TI). Os grandes players estão brigando forte pelo mercado de Cloud, o Big Data está mais falado do que nunca e existem muitos movimentos interessantes como Dados Abertos, Web Semantica e afins. Ou seja, Dados, Dados e mais dados!

      Cada vez mais vemos que Dados estão ganhando espaço e sendo considerados como ativos importantes das empresas. A clássica promessa do BI de fornecer o diferencial competitivo através da informação está mais próxima e real do que nunca.E toda essa convergência de assuntos me fez querer abrir mais o escopo desse blog e incluir todos esses temas. O E Agora DBA? ta virando E Agora, o que + DBA?

      E pra começar essa nova “temporada” vamos iniciar falando do que mais me inspira a escrever essas verdes letras. A Comunidade!!!
      Tive o prazer de participar nesse último sabado (dia 16) do Azure Summit BR 2013 que foi realizada na própria sede da Microsoft em São Paulo. E reencontrar velhos amigos e conversar com “meu povo” sempre são grandes motivadores de posts.

      Eu poderia deixar aqui minhas impressões sobre o evento, as palestras e palestrantes, mas já vi bons posts como esse aqui  ou esse daquiDe forma que esse post será mais para expor minha opinião sobre o tema: Cloud e o Azure.


Cloud ainda é vaporzinho?


      O fato é que me parece que o tema ainda engatinha nessas bandas brazucas. O foco em geral, tanto da Microsoft como da turma da Amazon, ainda está em exibir como a nuvem, em termos de infra estrutura, é barato e fácil de trabalhar. Certamente ambos tem pesquisas de mercado que indicam que seus potenciais clientes não tem a menor ideia do que é Cloud e do quanto dá pra economizar optando por ela. Então amigo, se você ainda tem dúvida, segue reforço dos players:

     
       Um efeito desse cenário é que os palestrantes ainda precisam focar nas demos básicas do tipo “Olha! Veja como é facil!” que são ótimas pra quem não teve nenhum contato, mas são um pouco frustrantes pra quem quer ver algo mais.
       Será que ainda estamos nesse nivel de maturidade? Ou será que já dá pra expor algo mais “avançado”, como discussões de arquitetura e soluções alcançadas usando as novas ferramentas?   
      Por isso que gostaria de dar parabéns a muitos palestrantes do Azure Summit BR. Afinal, criar palestras interessantes fugindo do “Next Next Finish” dentro de Cloud é osso duro de roer.  

   
O Azure

      Diálogo nas nuvens:
      - O Azure! Você ta pronto?
      - Só mais um minutinho amor! 

      Vamos ser sinceros, tem coisa ai que não dá pra dizer que está pronto (sql database com limitação de 150Gb???), mas já está muito melhor. Fazia um tempo que eu não olhava a cara do Azure e fiquei bem impressionado com o que vi. O produto está bem mais comercial (lembro que não dava nem pra dar nome para a instância criada) e as features basicas de um serviço de nuvem já estão maduras o suficiente pra cair na concorrência. O fato é que a MS ta correndo atrás da entrada tardia e está conseguindo recuperar o tempo perdido.Um exemplo foi o Hadoop On Azure que saiu da CTP hoje e entrou no public preview (com o nome de HDInsight). Para nós é vantagem, já que com mais players fortes melhores serão as taxas (vide Amazon que nos últimos meses só fala em redução dos preços).
     Um ponto que alivia é o fato que não é mais necessário cumprir um ciclo de anos para que a MS lance novas features ou melhoria, afinal não é software de caixinha.




Concluindo...

     
Para fechar a salada, queria só dar um destaque para a palestra da Viviane Ribeiro (blog|twitter) falando sobre Big Data no Azure. Uma mensagem direta da palestra foi "Tecnologia é legal, mas foco no negócio é essencial" e a mensagem indireta captada quando o case da Klout foi apresentado é "Social is Power. Power is money".

   Enfim, esses foram meus humildes comentários. A nuvem está ai, a MS está se mexendo (e bem) e agora está em condição de brigar por espaço. Abri minha conta no Azure hoje e já comecei a fazer algumas brincadeirinhas. Recomendo que todos os interessados façam o mesmo, graças a Cloud, estamos voltando ao tempo onde os pequenos podem começar negócios incriveis sem grande custo na entrada, para esses tempos basta uma idéia na cabeça e um cartão crédito na mão.


Abraços! 
Felipe Antunes